expresso.ptexpresso.pt - 28 abr. 10:32

Europeias: Rangel defende política demográfica comum na União Europeia e uma “imigração ponderada”

Europeias: Rangel defende política demográfica comum na União Europeia e uma “imigração ponderada”

Ministro dos Negócios Estrangeiros e vice-presidente do PSD considera que o país e a Europa vão precisar de mais "gente vinda de outros continentes”, mas é necessário criar condições de acolhimento

O ministro dos Negócios Estrangeiros e dirigente do PSD Paulo Rangel instou sábado à noite os candidatos da AD às próximas eleições europeias a defender uma política demográfica comum em toda a União Europeia e uma “imigração ponderada”, com “conta, peso e medida”.

Paulo Rangel falava na 13.ª edição da Universidade Europa, uma iniciativa de formação política que reúne cerca de 70 jovens na Cúria (Aveiro) e que será encerrada este domingo pelo primeiro-ministro e líder do PSD, Luís Montenegro, e pelo cabeça de lista da coligação às europeias, Sebastião Bugalho.

No jantar-conferência, o primeiro vice-presidente do PSD e ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros elegeu a demografia como o tema principal, passando por políticas de natalidade, de atenção aos mais velhos e migratórias.

“Vamos precisar de gente vinda de outros continentes para a Europa, mas vamos ter de os integrar, tem de ser com conta peso e medida, uma imigração ponderada”, afirmou, considerando inaceitáveis situações como a dos migrantes de Odemira ou de apartamentos partilhados por dezenas de pessoas em Lisboa.

Paulo Rangel salientou que o desafio demográfico é “um problema comum na Europa” e recordou que o programa de 2019 do PSD às europeias – e uma moção ao Congresso do partido em 2022 – defendia uma política comum de demografia na União Europeia.

“É uma boa causa para os deputados que amanhã [domingo] serão aqui apresentados: proporem de novo no programa que haja uma política comum de demografia”, disse.

À pergunta sobre se a Europa deve colocar limites aos imigrantes que acolhe, Rangel respondeu que são “os direitos fundamentais garantidos na Constituição, a dignidade da pessoa humana”.

“Há liberdade de culto, mas não posso achar que a mutilação genital feminina não é um crime (…). Respeitar o multiculturalismo é respeitar também as posições dos cristãos. Vejo muita gente na esquerda e extrema-esquerda, que se forem muçulmanos ou de outro credo há que respeitar todos os direitos, mas se forem cristãos já não podem defender os princípios das igrejas a que pertencem”, referiu.

Numa aula que se prolongou por cerca de uma hora e 45 minutos, Paulo Rangel foi questionado sobre o crescimento dos populismos na UE e defendeu que também os cidadãos devem ser responsabilizados.

“Eu vejo sempre toda a agente dizer que a culpa é dos governantes, dos políticos e do sistema, mas as pessoas que estão em casa não têm direito de voto? As pessoas que estão em casa não podem manifestar-se, não podem até indignar-se? Elas têm esses direitos, as pessoas também querem instalar-se”, disse, criticando que as redes sociais promovam um sistema em que se tem “orgulho em ser seguidor de alguém”.

O ex-eurodeputado, que se despede de Bruxelas ao fim de 14 anos, não quis afastar as responsabilidades dos governos no aumento dos populismos.

“Nós temos de apresentar resultados, temos essa obrigação. Se os governos, parlamentos, câmaras municipais não apresentam resultados, até podemos substituí-los em eleições, mas há um momento a partir do qual o que está em causa é o sistema e aí vêm os populismos”, disse.

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