sol.sapo.ptGonçalo Morais - 28 abr. 21:30

Esta Europa não presta

Esta Europa não presta

O Tratado de Maastricht foi o marco definitivo da oficialização do fim qualquer projeto político assente numa ideia de Europa de verdadeiros valores partilhados.

Nenhum partido político verdadeiramente democrático, preocupado com o seu país, os seus cidadãos e até com aquilo que pode e deve unir os países europeus pode aprovar o poder vigente nesta mesma União Europeia (UE), o seu funcionamento e a corte de burocratas e políticos desterrados dos seus países e pagos a peso de ouro.

A União Europeia é hoje apenas uma plataforma, um franchising de um poder transnacional, o das grandes corporações económico-financeiras e das suas elites progressistas em que as regras dos mercados, e da sua mão bem visível, subordinam as nações e a liberdade das pessoas aos seus interesses corporativos. Esta UE já não é democrática, as grandes decisões não são escrutinadas pelos europeus, mas por uma mecânica de poder semelhante ao politburo soviético.

A Europa que resultou do tratado de Maastricht, em vigor desde 1993, é o início da vassalagem às regras financeiras do mercado global hiperliberal. Um novo totalitarismo, cortês, como o reputa Michel Esta União é um produto do laboratório liberal globalista. A desdemocratização das economias, o fim das soberanias nacionais, o fim dos setores públicos e das políticas sociais foram impostas com efeitos devastadores, a desregulação económica e o desenraizamento antropológico.

A Europa Maastrichtiana é agora um sistema apresentado sem alternativa e que não tolera verdadeiras criticas ou transformações. A chantagem dos seus donos é clara: recusar esta ideia destrutiva da Europa significará recusar a Europa. Ora, há outras formas possíveis de UE. Maastricht falhou, corroeu os valores fundamentais, a economia está destruída, a imigração está descontrolada, o trabalho é cada vez mais precário, as empresas europeias saíram para outros continentes em busca de salários baratos e menos direitos laborais, os serviços públicos estão destruídos, a segurança e a proteção social estão em colapso, os jovens têm cada vez menos oportunidades, a natalidade decresce e entretemo-nos apenas com as monomanias climáticas, os direitos dos cães e dos gatos, o nosso racismo e colonialismo genético, o ódio que devemos ter à nossa cultura e história, o lgbtismo e os mais de cem géneros, o mundo trans, o feminismo do ódio e a reinvenção do fascismo, para que nos esqueçamos do essencial.

Devíamos deixar a nossa indiferença e exigir uma nova UE e novos políticos e politicas.

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