Gonçalo Morais - 17 abr. 22:45
Arrogância e Lealdade
Arrogância e Lealdade
É urgente salvar o Estado Social, reformando a saúde, a educação, a habitação e a justiça. É assim que Luís Montenegro e o novo Governo irão ao encontro dos portugueses.
Durante o debate sobre o Programa de Governo, Pedro Nuno Santos arrancou atacando, lembrando um certo e determinado homem que ficou na história como ‘o animal feroz’.
Para o líder dos socialistas, o primeiro-ministro Luís Montenegro dirigiu-se ao país, na sua primeira intervenção, com «arrogância». Mais acrescentou Pedro Nuno, dizendo não compreender como é que o PSD espera que o PS apoie o programa apresentado.
A partir daqui, podemos facilmente chegar a uma conclusão: os socialistas ainda não perceberam o lugar que agora ocupam.
Depois de 3050 dias no Governo, o PS ainda não percebeu que foi relegado para fazer oposição e que aquele que era o seu programa eleitoral mais não passa do que um conjunto de linhas mestras que deverão por si ser defendidas enquanto tal – seja, enquanto promessas que não foram acolhidas pelos portugueses; promessas que foram, essas sim, rejeitadas e que o governo não está minimamente obrigado a cumprir. Os portugueses que votaram na AD, mas também de todos aqueles que não votaram. É assim que irá ao encontro de todos aqueles que estão sedentos de seriedade no jogo político e que mais não têm paciência para os jogos de palavras suscitado pela irresponsabilidade repentista que grassa na generalidade (felizmente, não na totalidade!) da oposição.
É este o maior ato de lealdade que Luís Montenegro poderá prestar à democracia, aos portugueses e a Portugal. Esperemos que seja, então, este o seu legado.
Advogado, Vereador do Urbanismo e Inovação da C.M. Braga