ionline.sapo.ptionline.sapo.pt - 18 abr. 11:23

PME: o que não as derruba, fortalece

PME: o que não as derruba, fortalece

Existe um emaranhado de outros desafios, tanto generalizados como inerentes aos diversos setores de atividade, com potencial para impedir o sucesso das PME, tornando essencial que estas apostem no investimento prudente e sustentável.

As PME desempenham um papel decisivo no tecido empresarial português, representando perto de 100% do total das empresas nacionais, gerando emprego, promovendo inovação, favorecendo competitividade económica e mantendo-se de pé após embaterem com os mais variados contextos de crise ao longo das últimas décadas. Com o crescimento do PIB em 2023 e a previsão de que continue timidamente a crescer em 2024, assistimos ao regresso do indicador de confiança que, naturalmente, estimula o consumo. No entanto, atravessamos também inúmeras incertezas à escala global que implicam perturbações nas cadeias de abastecimento, escassez de matérias-primas e dificuldade na previsão de cenários, podendo afetar largamente esta tendência de estabilidade. Paralelamente, existe um emaranhado de outros desafios, tanto generalizados como inerentes aos diversos setores de atividade, com potencial para impedir o sucesso das PME, tornando essencial que estas apostem no investimento prudente e sustentável. Enfrentar estes desafios requer criatividade, resiliência e uma abordagem estratégica eficaz por parte destes gestores-heróis. Verdadeiros empreendedores que são, em primeiro lugar, pessoas.

O acesso ao financiamento é por excelência o primeiro grande desafio. Embora existam incentivos financeiros disponíveis, são muitos os exemplos em que é recomendado melhorar o acesso ao capital sob pena de inviabilizar o financiamento de operações cruciais ao negócio, investimentos em tecnologia e transformação digital, contratação e formação de recursos humanos e até eventuais estratégias de internacionalização. A hipótese de recorrer a consultores especializados oferece às PME acesso a conhecimentos privilegiados para tomarem decisões de investimento mais informadas. Descomplicando os processos de candidaturas a programas de apoio, as PME veem assim otimizado o potencial de elegibilidade dos seus projetos. Simultaneamente, tem igual relevância estabelecer planos de negócio realistas que suportem a obtenção deste capital. Orçamentar, planear e prever cash flow é fundamental para dar resposta à cobertura de despesas inesperadas e flutuação de receitas. Desenvolver e implementar estratégias a longo prazo pode ser difícil para as PME, especialmente quando os recursos são limitados e as prioridades podem mudar rapidamente, mas é essencial.

Outro dos macro desafios dos gestores-heróis é o da concorrência. Competir com empresas estabelecidas, que disponibilizam produtos de qualidade, com mais recursos financeiros e que pagam melhores salários é complexo, especialmente se falarmos de mercados massificados. É indispensável que as empresas desenvolvam um trabalho de observação de todos os movimentos externos, inserindo-se nos circuitos do setor a fim de trabalharem o seu posicionamento, antecipar tendências e identificar oportunidades. Este modus operandi deve fazer parte da cultura organizacional e ser transversal a todos os departamentos – no final do dia, garantir que se oferece um excelente produto ou serviço é o objetivo comum a todos.

Depois é preciso construir uma marca forte. Essencial para o sucesso de uma empresa, o marketing pode também representar um desafio para pequenos empresários com orçamentos limitados e é aqui que aplicar o modelo da convergência pode revelar-se verdadeiramente transformador – para além de otimizar recursos humanos, unir marketing e vendas numa abordagem multifacetada, permite adotar estratégias que se complementam e gerar leads de alta qualidade, que eventualmente se convertem em clientes.

E assim regresso às pessoas. As PME portuguesas têm rosto, corpo, alma, histórias e cicatrizes. São cidadãos comuns que sonham e realizam, quebrando paradigmas, contrariando análises de mercado e reinventando-se a cada dificuldade. São capital humano autodidata que concentra em si inúmeros cargos e decisões, desdobrando-se em inúmeras funções. São inspiração e irreverência. São talento nacional.

CEO Yunit Consulting

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