expresso.ptexpresso.pt - 25 abr. 22:34

Ministro da Agricultura ucraniano pede demissão por suspeitas de corrupção: 793.º dia de guerra

Ministro da Agricultura ucraniano pede demissão por suspeitas de corrupção: 793.º dia de guerra

Mykola Solsky é acusado de apropriação de terrenos do Estado e apresenta demissão. Ucrânia vai deixar de emitir passaportes no estrangeiro para homens entre os 18 e os 60 anos e quer trazer ao país homens em idade de lutar. O secretário-geral da NATO pediu aos países da Aliança para aumentarem os gastos militares. Também neste 793.º dia de guerra, representantes de Moscovo e Kiev reuniram-se no Catar para discutir o retorno de crianças separadas das suas famílias

O ministro da Agricultura da Ucrânia apresentou a sua demissão, numa carta divulgada esta quinta-feira pelo presidente do Parlamento. Mykola Solsky é acusado de apropriação de terrenos do Estado, antes de integrar o Governo.

“Peço-vos que aceitem a minha demissão do cargo de ministro da Política Agrária e da Alimentação”, lê-se na carta que dez chegar ao Parlamento ucraniano – um pedido que os deputados deverão agora aceitar ou rejeitar. O ministro considera que a sua carta de demissão foi “a coisa acertada a fazer”, mas assegura estar disposto a “continuar a trabalhar”, se o Parlamento recusar a sua demissão.

Na terça-feira, a agência nacional de combate à corrupção anunciou que Solsky era suspeito de se ter apoderado de terrenos públicos com um “valor aproximado de 6,9 milhões de euros” e de ter “tentado apropriar-se de outros terrenos” avaliados em quase 4,5 milhões de euros. Para tal objetivo, segundo as autoridades, agiu em concertação com funcionários do serviço de registo de propriedade e de cartografia do Estado. Entre 2017 e 2021, são suspeitos de se terem apoderado de quase 2.500 hectares na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia, através de um sistema que envolveu o desvio de documentos oficiais. Segundo a sua biografia oficial, Mykola Solsky trabalhou num escritório de advogados até 2019, foi eleito deputado do parlamento nesse ano e nomeado ministro em março de 2022. Os acusados também tentaram apropriar-se de mais 3.282 hectares de terra, mas foram “impedidos” de o fazer por procuradores e agentes anticorrupção, indicou a agência nacional anticorrupção. O Ministério da Agricultura divulgou uma resposta de Mykola Solsky a estas acusações, na qual afirma que exerceu entre 2017 e 2018 funções de advogado e não cargos públicos.

Vários casos de corrupção emergiram na Ucrânia desde o início da invasão russa do país, em fevereiro de 2022, nomeadamente no âmbito das Forças Armadas, mas estes envolvem geralmente oficiais de baixas patentes.

Outras notícias que marcaram o dia

A Ucrânia vai deixar de emitir passaportes no estrangeiro para homens entre os 18 e os 60 anos. A decisão foi anunciada um dia após o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, ter anunciado medidas iminentes para trazer de volta ao país homens em idade de lutar, residentes no estrangeiro. O país já proíbe estes homens de viajar para o exterior, salvo raras exceções.

O secretário-geral da NATO pediu aos países da Aliança para aumentarem os gastos militares, na sequência das tensões com a Rússia, e criticou o facto de a Ucrânia não ter recebido a ajuda prometida nos últimos meses. Jens Stoltenberg, que falava em Berlim, afirmou que, para que a aliança se mantenha forte, é preciso reforçar as suas capacidades de dissuasão e defesa, aumentar o apoio à Ucrânia e cooperar com os aliados em todo o mundo para "defender a liberdade".

Representantes de Moscovo e Kiev reuniram-se pela primeira vez no Catar para discutir o retorno de crianças separadas das suas famílias pela guerra na Ucrânia, disse hoje a comissária russa para os Direitos da Criança, Maria Lvova-Belova.”Com a mediação do Catar, foram realizadas hoje as primeiras negociações presenciais com o lado ucraniano, onde foi discutida a ajuda às famílias que querem reunir-se”, disse a política russa, que é procurada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), na sua conta Telegram. Tanto Lvova-Belova como o Presidente russo, Vladimir Putin, estão sob mandados de captura emitidos pelo TPI, que os acusou de deportação ilegal de crianças e da sua transferência das zonas ocupadas da Ucrânia para o território da Rússia, o que constitui um crime de guerra.”

A Rússia considerou que o envio de mísseis americanos ATACMS para a Ucrânia “não vai alterar”. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, minimizou a ajuda norte-americana a Kiev e acusou os Estados Unidos de se estarem a envolver no conflito. O Departamento de Estado norte-americano anunciou na quarta-feira que os Estados Unidos tinham enviado mísseis ATACMS para a Ucrânia em fevereiro "a pedido direto do Presidente" Joe Biden.

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