Ricardo Reis - 2 mai. 22:57
O elogio de Marcelo à diversidade
O elogio de Marcelo à diversidade
Luís Montenegro e António Costa são diferentes de Marcelo Rebelo Sousa na forma como se comportam, de onde vêm e no seu pensamento, discurso e liderança. Ainda bem que assim é
Num jantar com jornalistas estrangeiros, o Presidente da República elogiou o atual primeiro-ministro por ser “um grande orador” com uma envolvência que o Presidente (modesto acerca das suas próprias capacidades) admitiu que é para ele “difícil de acompanhar por causa dessa envolvência.” Marcelo também acha que Montenegro “tem um raciocínio de um país tradicional”, uma clara qualidade de um líder que consegue assim representar naturalmente todos os portugueses e as suas tradições, ao contrário dos populistas forçados. O presidente notou que Montenegro vem de uma das mais belas cidades de Portugal, Espinho, que nas suas palavras “não é lisboeta nem portuense”. Marcelo, que tanto viaja pelo país, sabe bem que Espinho combina a beleza natural da praia da Baía com a impressionante obra da piscina Atlântico, ou que tem um moderno complexo de ténis todo rodeado pelo verde das árvores, o que leva a que o espinhense seja “urbano com comportamentos rurais”. O Presidente, que por vezes tem dificuldades em comunicar porque fala depressa demais e dá saltos de raciocínio sem sequência lógica, admirou Luís Montenegro e António Costa por serem “lentos”. Marcelo foi mais longe, e porventura lembrando-se das cimeiras europeias em que talvez os líderes do norte da Europa se riam da cor escura da sua pele bronzeada ou se referiam a Marcelo e ao seu país como periféricos, decidiu partilhar estes carinhos com António Costa notando que ele é “oriental” (suponho porque Costa nasceu em Lisboa, a leste de Cascais onde Marcelo mora).
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