rr.sapo.pt - 3 mai. 21:52
Covid-19. Investigadores portugueses estão a desenvolver medicamento antiviral
Covid-19. Investigadores portugueses estão a desenvolver medicamento antiviral
Miguel Castanho adiantou que a vigilância do H5N1 está implementada a cargo de uma rede de vigilância da gripe, defendendo que devia ser criado o mesmo mecanismo para os coronavírus.
Investigadores portugueses estão a desenvolver um medicamento contra uma grande diversidade de vírus para enfrentar uma possível nova pandemia, segundo o bioquímico
"Estas medidas que se tomam para tentar evitar pandemias já bebem da experiência da pandemia passada", mas é preciso que, caso surja um novo vírus, todos saibam o que cada um faz, como sejam os hospitais, a proteção civil, a população.
Nas mãos dos investigadores, está a preparação de medicamentos antivirais de "tão largo espetro que possam ser ativos contra uma série de vírus que existem" e, provavelmente, para vírus futuros que serão evoluções dos atuais.
O Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) também está a desenvolver um projeto liderado pelo investigador, Cláudio Soares: "Estamos a liderar, juntamente com o IMM e outras equipas de Portugal, Espanha e do resto da Europa dois projetos" que visam criar procedimentos que permitam desenvolver biofarmacêuticos de ação rápida e eficaz contra uma nova doença, disse no encontro.
A covid-19, que surgiu no final de 2019 numa província chinesa, terá feito sete milhões de mortes no mundo, estima a Organização Mundial da Saúde.
Miguel Castanho realçou o facto de se ter conseguido, entre muitas tentativas, vacinas que foram bem-sucedidas, evitando-se milhões de mortes.
"Se não houvesse vacinas e se não fossem tomadas outras medidas drásticas [como o confinamento] era uma mortandade enorme. Seria comparável à gripe espanhola", que se estima ter dizimado 2% da população mundial.
O investigador realçou que, fazendo a leitura do que ficou para trás e o que se aprendeu com o passado, tem-se que acreditar que os países foram capazes, que já fizeram muito.
"Agora, podemos fazer melhor e mais rápido e é isso que temos que preparar, porque a única coisa que sabemos é que cada dia que passa é um dia a menos para a próxima pandemia, que não sabemos quando será. Isso faz parte da natureza. Não fazemos a mínima ideia se é para a semana, se é para o ano, se é daqui a 10 anos ou daqui a 100", ressalvou.