rr.sapo.ptrr.sapo.pt - 3 mai. 17:00

Governo espanhol acaba com prémio de tauromaquia e deixa aficionados em fúria

Governo espanhol acaba com prémio de tauromaquia e deixa aficionados em fúria

A Fundação Toro de Lidia assumiu provisoriamente a atribuição do prémio anual, no valor de 30 mil euros.

O Governo espanhol decidiu acabar com a atribuição do Prémio Nacional de Tauromaquia, uma das poucas verbas que o orçamento de Estado do país vizinho ainda encaminhava para a festa brava

Citado pelo El Mundo, o executivo espanhol justificou a decisão com a existência de uma “maioria social que é contra os maus-tratos a animais”.

O ministro da Cultura, Ernest Urtasun, está convencido que tem o apoio da maioria dos espanhóis, que “cada vez entendem menos que se pratique a tortura animal no nosso país”, refere o mesmo jornal.

O prémio foi criado em 2011, durante o Governo socialista de José Luíz Zapatero, reconhecendo a tauromaquia como uma disciplina artística. A atribuição era feita anualmente a par de outras disciplinas, como as Belas-Artes, o Teatro ou a música.

Associações falam em "censura"

As associações espanholas estão a reagir negativamente à decisão do executivo. Uma das principais organizações do país vizinho, a Fundação Toro de Lidia decidiu assumir ela própria a promoção do concurso, que atribui um prémio anual no valor de 30 mil euros.

O presidente da fundação, Victorino Martín, acusa o ministro da Cultura de levar a cabo um “exercício de censura”, garantindo que a festa brava vive um momento de “grande vitalidade” e que todos os anos “se reabrem praças de touros”.

As críticas surgem também de outras áreas do setor tauromáquico. A Associação de Organizadores de Espetáculos Tauromáquicos garante que anualmente 11 milhões de espanhóis assistem às corridas de touros.

O presidente Rafael García Garrido lembra que se trata de um “setor cultural produtivo cuja contribuição para o PIB e os cofres públicos de Espanha é muito mais importante do que a maioria das atividades culturais neste país”.

A decisão é vista como “sectária”, “arbitrária”, “uma espécie de castigo desnecessário e injusto” que “humilha” o sector, declara o dirigente. Garrido, no entanto, desvaloriza os impactos da decisão ministerial: “aos homens e mulheres da Tauromaquia o melhor prémio é a saúde e a vitalidade que as corridas têm atualmente. Esse é um prémio verdadeiro”.

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