sol.sapo.ptJoana Andrade - 13 set. 17:59

A propósito de uma entrevista. Para o luís com um abraço em tu

A propósito de uma entrevista. Para o luís com um abraço em tu

Desculpa lá Luís, acabaste de encher as audiências daqueles que são os os maiores cúmplices de uma sinistra senhora que parece ir ser corrida a pontapé de um posto que jamais teve estrutura para ocupar.

Gosto de Luís Filipe Vieira. Tenho-o como amigo apesar de uma ou outra divergência. Conheci-o ainda vice-presidente do Alverca quando fizemos uma entrevista para A Bola (nesse tempo com maiúsculas) na qual apresentou o seu projecto de uma cidade desportiva e de um clube para a I Divisão. Cumpriu. Mas não escondia a sua ambição de vir a ser presidente do Benfica. Geralmente atento ao que diz encontrei-o em recentes imagens televisivas. Amargo como nunca. Não me espanta. Sou solidário com muito do que diz e como ele sofri maus tratos de um MP que parece uma reunião de Lauras do 14, sempre disponível para distribuir informações que deveriam estar em segredo de justiça, arrasando com a vida íntima de todos os infelizes que entrem na categoria de arguidos. Mete nojo? Mete. Mas, desculpa lá Luís, acabaste de encher as audiências daqueles que são os os maiores cúmplices de uma sinistra senhora que parece ir ser corrida a pontapé de um posto que jamais teve estrutura para ocupar. Francamente. Percebo-te a raiva. Também já fui tratado abaixo de cão em instituições pelas quais destruí a minha vida familiar. Até numa BTV da qual eras patrão e na qual teimei em ser sempre jornalista em vez de jornaleiro. Foi difícil para ti engolires opiniões minhas? Admito. Mas era o que faltava não saberes que não me vendo e que continuo a dizer o que penso, mesmo quando as matilhas da canalha que se arvorava em directores de comunicação me mordiam os calcanhares. Sinto-te a revolta. Tens direito a ela. Ninguém te julgou ainda que não a pasquinada. Percebo a tua necessidade de falar. Mas não a de apertares a mão ao inimigo. Nunca apertei a mão ao eterno presidente do Porto que fez o que pôde para que não tivesse trabalho em lado algum. É uma questão de dignidade. Mas há algo que verdadeiramente não percebo. Esta do TU é que me escapa. Logo tu? Tu que tratas toda a gente por tu? Que até o primeiro ministro tratavas por tu? Tu, o inventor do tu? E ainda bem. Trata-me por tu. Detesto que me tratem por você.

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